A Vanessa, como todos nós aliás, engana-se quando afirma uma frase tão definitiva como esta. Eu explico: já me ouviram dizer que o tamanho do nosso nariz é o que nos barra o acesso à beleza do mundo. Com efeito, cada um é o que é: totalmente verdade. E ninguém tem nada a ver com isso: totalmente falso. Se bem se lembram, já falámos nas aulas sobre o facto de sermos seres bio-psico-socio-culturais. Isto pressupõe e tem a ver com a "sopa" meio (socio-cultural e psico)/hereditariedade (bio-psico) de que somos feitos. Somos o que somos como e porquê? Como é que nos tornamos aquilo que vamos sendo? Sozinhos, sem intervenção de nada nem de ninguém? Como é que eu sei o que quero ser? Como é que eu sei o que não quero ser? Consigo fazer isso sem ter outros como referência? Como é que eu sei o que sou? Só pelo que velo no espelho, ou pelas imagens que os outros me reenviam da forma como me vêem?
Já viram? Tantas perguntas à volta do que parece uma certeza (até porque é dita por tanta gente que passa a ser senso comum - tão prejudicial para o conhecimento como o tamanho do nosso nariz).
Pois é, Vanessa e tutti quanti, tu és o que és por causa de todos os que estão e estiveram à tua volta e que quiseram e querem ter a ver com o que tu és: família, amigos, namorados, inimigos, professores, colegas, vizinhos ... Eu, que sou só teu professor, e que acho que cada um deve ser autêntico, único, irrepetível; que penso que tu tens tudo para te poderes tornar uma pessoa melhor, quero ter a ver com o que tu és sim senhor. E se puder contribuir nem que seja só um pouco para que te ponhas em questão, para que te interrogues sobre todas estas questões, fico muito contente em ser um enxerido que se mete na vida dos outros (de quem gosta).
Pim!